quarta-feira, 2 de março de 2016

CrossFit







A atividade de CrossFit, é baseada em ‘superar os próprios limites’, a cada dia ganha novos adeptos, em todos os lugares do Brasil. Essa atividade foi criada nos Estados Unidos para treinar soldados do exército, policiais e bombeiros, a prática se tornou bastante popular e já possui torneio próprio nos EUA desde 2007.

Com competições próprias e atletas profissionais em todo o mundo, o Crossfit mostra, cada vez mais, sua superioridade – em relação a outras práticas esportivas – no condicionamento físico pleno de atletas de baixo ou alto rendimento, dos mais variados esportes. Lutadores de boxe, judô, MMA, jogadores de futebol e até triatletas compõem suas rotinas de treino dentro de uma box (como é chamada uma área de treinamento). Outras boas referências da eficácia do esporte são as academias de Polícia e Exército Americanos (Paine e col, 2010), que se condicionam e preparam todos os seus soldados e oficiais para as guerras através do CrossFit.

Apesar da popularidade, no entanto, de acordo com um estudo divulgado pela revista científica Journal of Strength and Conditioning Research Publish Ahead of Print  73% dos que praticam Crossfit sofreram algum tipo de lesão e, destes, 7% precisam de intervenção cirúrgica. Foram avaliados 132 praticantes. 

O estudo ainda calcula uma média de 3,1 lesões a cada mil horas treinadas, e afirma que são os mesmos índices dos atletas de levantamento de peso olímpico e ginástica olímpica, mas são menores que os de jogadores de rugby, por exemplo.
Mas acho importante destacar ainda que vários estudos científicos (Paul Taro, 2013; Giordano, 2014) mostram que a prevalência de lesões durante a prática do CrossFit é muito menor em comparação a esportes de contato, como o futebol, por exemplo. E se compararmos à corrida? Sabe o que é fascite plantar, canelite ou tendinite patelar? São lesões que costumam ser acompanhantes ferrenhas dos corredores que, teoricamente, praticam um esporte sem muita “ciência” para realizá-lo (embora saibamos que não basta calçar o tênis e sair correndo).

Segundo o fisioterapeuta André Nogueira, sócio-fundador da club físio (SP), para o início de qualquer atividade esportiva, a pessoa deve passar por uma avaliação para que o especialista possa quantificar e enquadrá-la adequadamente dentro da modalidade: “O CrossFit é muito interessante, principalmente para quem acha a musculação monótona. Porém, o grande problema para quem não tem um condicionamento básico, é que os treinos muitas vezes exigem mais da pessoa do que realmente ela conseguiria suportar, tornando-se uma atividade com grande potencial lesivo”.


A consequência do excesso de atividade física, sem acompanhamento de um profissional, são lesões principalmente nos joelhos, coluna e ombros. Vários dos exercícios exigem que o aluno erga rapidamente o braço carregando uma grande quantidade de peso: “Esse tipo de movimento causa estresse nas articulações e, feito de maneira incorreta, pode gerar lesões articulares, musculares e em casos extremos até rompimento de tendões”, conta Gustavo Lacreta, fisioterapeuta especializado em esportes.

As lesões no joelho estão muito mais associadas à prática incorreta dos exercícios e sua repetição. O agachamento, por exemplo, é praticado no CrossFit com aumento de angulação, ou seja, o aluno precisa descer até quase o chão e voltar. Isso, segundo André Nogueira, pode causar sobrecarga na articulação do joelho. “Quando você passa de uma angulação acima de 60°, aumenta a sobrecarga da articulação patelofemoral – entre a patela e o fêmur, causando desgaste da cartilagem e a longo prazo pode gerar uma artrose”, explica.

Na coluna, a carga excessiva de peso associada a uma postura errada nos exercícios é fatal: “Movimentos errados podem acarretar dores na coluna, em hérnias de disco e até em cirurgia”, revela Lacreta.

Os fisioterapeutas, no entanto, não desaconselham a prática do esporte: “É preciso, além de uma avaliação adequada feita por um profissional da saúde, moderar a intensidade, o peso e o número de repetições. Independentemente se a pessoa está começando agora ou se já faz há muito tempo, o CrossFit provoca muita intensidade”, explica Nogueira.

Se a lesão já aconteceu, o aconselhável é interromper a prática da atividade e procurar uma clínica de fisioterapia. Em média, os tratamentos variam de 4 a 8 semanas dependendo da gravidade da lesão.



Treinos

Os treinos de CrossFit duram em média uma hora e são divididos em quatro fases: aquecimento (warm up), skill (parte técnica), wod (workout of the Day – atividade do dia ou missão) e alongamento. 

Durante este tempo, dez capacidades físicas diferentes são trabalhadas. São elas: 
Resistência muscular, resistência respiratória, flexibilidade, agilidade, equilíbrio, velocidade, potência, força, coordenação motora e precisão.

Durante o aquecimento, são estabelecidos cinco rounds (atividades diferentes) que devem ser feitas em um determinado período de tempo, o maior número de vezes possível. Já no wod (ou missão), o aluno tem que praticar um número certo de exercícios no menor período de tempo possível. 

Os exercícios são variados, como corrida, levantamento de peso, air squat (a pessoa pula sobre uma plataforma e agacha ali) e diversos outros

Em resumo o grande problema da pratica dessa atividade é a não fiscalização dos exercícios, que muitas vezes é negligenciado pelos professores por não possuírem formação adequada ou pela grande quantidade de alunos em algumas turmas, dessa maneira dificultando um acompanhamento adequado pela parte dos professores.












Referência Bibliográfica

Journal of Strength and Conditioning Research Publish Ahead of Print
Bergeron MF, Nindl BC, Deuster PA, et al. Consortium for Health and Military Performance and American College of Sports Medicine consensus paper on extreme conditioning programs in military personnel. Curr Sports Med Rep. 2011;10:383–389.
Greg Glassman, “TheCrossFitTrainingManual,  v4,”http://www.CrossFit.com/cf-seminars/CertRefs/CF_Manual_v4.pdf(accessed November 13, 2014)
Major Jeffrey Pine, Major James Uptgraft, Major Ryan Wylie. CGSC CrossFit Study 2010. Prescribed by ANSI 298.
Calhoon G, Fry AC. Injury rates and profiles of elite competitive weightlifters. J Athl Train. 1999;34:232–238
Gray Cook, Lee Burton, Kyle Kiesel.. Movement: Functional Movement Systems—

Screening, Assessment, Corrective Strategies. ISBN: 978-1931046725. E-book format.
Witvrouw, E, et al. Stretching and injury prevention. Sports Medicine 34.7. 2004; 443-449.
Weisenthal BM, Beck CA, Maloney MD, DeHaven KE, & Giordano BD. Injury Rate and Patterns Among CrossFit Athletes. Orthopaedic Journal of Sports Medicine 2.4 2014; 2325967114531177.
Hak PT, Hodzovic E, & Hickey, B. The nature and prevalence of injury during CrossFit training. Journal of strength and conditioning research/National Strength & Conditioning Association. 2013.
Gremeaux V, Drigny J, Nigam A, et al .Long-term lifestyle intervention with optimized high-intensity interval training improves body composition, cardiometabolic risk, and exercise parameters in patients with abdominal obesity. Am J Phys Med Rehabil. 2012;91:941–950.


http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?noticia=dentre-os-praticantes-de-crossfit-73-sofrem-algum-tipo-de-lesao-afirma-estudo&edt=10&id=9265

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