quarta-feira, 6 de dezembro de 2017



Musculação na Gravidez    


      Atualmente diversos públicos estão procurando a musculação, pois ela pode ser recomendada para diferentes públicos e de acordo com a manipulação das variáveis também poderão ser obtido diferentes resultados. Algo que sempre devemos nos atentar ao procurar uma academia ou algum centro esportivo é o profissional, este deve estar apto a atender as suas necessidades, por esse motivo é de suma importância procurar profissionais qualificados e com a devida formação.
          Entre os públicos diversos que veem procurando a pratica da musculação, encontra-se o grupo das gestantes, muitas vezes por indicações medicas. A pratica da musculação proporciona inúmeros benefícios para as gestantes, como redução do estresse cardiovascular, aumento da força muscular, aumento da flexibilidade, melhora do retorno venoso e redução de complicações e dores.
          Segundo Mann et al. (2010),  atualmente a prática de exercício físico é recomendada por trazer benefícios no período da gravidez e reduzir as complicações, pois durante este período, algumas mudanças significativas são observadas como alterações na marcha humana e do controle da postura corporal a partir do terceiro trimestre. A incidência de quedas nesse período também é maior (MANN; MOTA; KLEINPAUL; SANTOS, 2010).
          Quando falamos sobre treinamento de força ele consiste em uma atividade da qual uma resistência deve ser superada, a resistência em questão pode ser aparelhos, halteres, elásticos ou até mesmo o próprio peso corporal de um individuo. Em um treinamento de força existem várias variáveis a serem levadas em consideração podendo serem elas: a quantidade de repetições ou até mesmo o tempo de descanso. Mesmo com o grande número de variáveis, tem sido descritos muitos benefícios pelos indivíduos que praticam o mesmo como a prevenção a doenças (GENTIL et al. 2006).
          Segundo Santos e Gallo (2010), mostrou em um de seus estudos que no período de gestação, a dor lombar é uma das queixas mais frequentes, é um sintoma que traz diversas limitações, até porque interfere diretamente nas atividades diárias da gestante e na qualidade de vida. Segundo estudo, a prevalência de dor lombar foi de 73% frequente em mulheres que apresentavam lombalgia prévia e mulheres grávidas pela primeira vez. A dor lombar também foi mais frequente durante o terceiro trimestre e na maioria dos casos, foi referida a noite. A lombalgia é muito comum em gestantes, podendo ser identificada e tratada durante o período de pré-natal (SANTOS; GALLO, 2010). Também no período de gestação é bastante comum uma significativa perda de massa muscular e ganho excessivo de peso, gerando uma obesidade gestacional. Existem também riscos após o parto, como hipertensão gestacional, problemas circulatórios e diabetes (LIMA; OLIVEIRA, 2005).
          Conforme mencionado por Montenegro (2014), podemos observar que os benefícios com a prática de atividade física neste período é grande, pois melhora o nível de saúde da gestante conforme citado abaixo:

1. Redução do estresse cardiovascular
2. Aumento da força muscular
3. Aumento da flexibilidade
4. Melhora do retorno venoso
5. Redução de complicações e dores
6. Ampliação do equilíbrio muscular
7. Melhor controle da gordura corporal
8. Alivio nos desconfortos intestinais
9. Diminuição de câimbras nas pernas
10. Fortalecimento da musculatura abdominal
11. Facilidade na recuperação pós-parto
12. Suportar melhor o aumento de peso
13. Melhor utilização de glicose
14. Aumento da sensibilidade da insulina
15. Proteção contra a depressão puerperal
16. Prevenção em continência urinaria
17. Prevenção de lombalgia


          Por esses motivos é indispensável a preocupação no momento de escolher os profissionais para lhe orientar em suas atividade, tanto na área clínica como no profissional de educação física.  Mantenha-se sempre atualizado sobre os benefícios e riscos que a prática esportiva pode trazer durante a gravidez, no sentido de promover uma orientação segura, precisa e de qualidade.
          Segundo Botelho e Miranda (2012), durante a prática de exercícios físicos no período da gestação, é indispensável o acompanhamento de um médico e um profissional de educação física. É importante lembrar que a gestante deve realizar exames periódicos para saber como está a saúde dela e do feto. Segundo Rodrigues (2008), os exercícios físicos para gestante devem ser de baixa intensidade e duração média de quarenta minutos para não acarretar riscos para a mãe e o feto.
          O profissional de Educação Física deve sempre estar atento a todas essas questões, para resguardar ao máximo a gestante, evitando qualquer tipo de complicações. Pois ultrapassar limites durante a prática de exercícios físicos, podem acarretar prejuízos para a gestante e para o bebê. É preciso tomar todas as precauções durante a atividade física, visto que o objetivo não é condicionar fisicamente e nem realizar exercícios que levem a fadiga, e sim realizar uma prática que torne saudável a gestação.
          Lembrem que orientações são necessárias como visto nas citações dos autores e toda a precaução devem ser tomadas, para praticar uma atividade física saudável da qual não venha a trazer nenhuma complicação gestacional.





Referencial Bibliográfico
 

BOTELHO, P.R.; MIRANDA, E.F. PrincipaisRecomendações sobre a prática de exercício físico durante a gestação.REVISTA CEREUS n.6, online. dez/2011jun/2012–ISSN 2175-7275.



GENTIL, P.; OLIVEIRA, E.; FONTANA, K.; MOLINA, G.; OLIVEIRA, R.J.; BOTTARRO, M. Efeitos agudos de vários métodos de treinamento de força no lactato sanguíneo e características de cargas em homens treinados recreacionalmente. Revista Brasileira de MedicinaEsporte.v.12.n.6.Nov./dez.2006.



Lima, F.; Oliveira, N. Gravidez e Exercício. Revista Brasileira de Reumatologia. Vol. 45. Num. 3. 2005.



MANN, L.; KLEINPAUL, J.F.; MOTA, C.B.; SANTOS, S.G. Alterações biomecânicas durante o período gestacional: uma revisão. Motriz, Rio Claro, v.16 n.3 p.730-741, jul./set. 2010.

MONTENEGRO, L.P. Musculação: Abordagens para a prescrição e recomendações para gestantes. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, Edição Suplementar 2, São Paulo, v.8, n.47, p.494-498. 2014. ISSN 1981-9900.

SANTOS, M.M.; GALLO, A.P. Lombalgia gestacional: prevalência e características de um programa pré-natal.  Arq. Bras. Ciên. Saúde, Santo André, v.35, n.3, p.174-9, Set./Dez. 2010.