O
tratamento da obesidade reduz riscos de doenças, mesmo uma diminuição modesta,
de 5% a 10% do peso corporal, já traz benefícios comprovados à
saúde. Neste contexto, houve um rápido crescimento nos tratamentos terapêuticos
com suplementos naturais e cada vez mais tem aumentado interesses nos
potenciais efeitos termogênicos de compostos extraídos de plantas
(WESTERTERP
et al., 2006).
O
balanço energético, advindo do equilíbrio entre o gasto energético (GE) e
a ingestão calórica (IC), tem um importante papel no controle do peso e da
reserva de gordura corporal (SCHUTZ,1995).
A
nutrição é considerada um aspecto importante na vida dos indivíduos, uma
vez que bons hábitos alimentares, com quantidades ideais na ingestão de
alimentos podem significar corpo e mente saudável (LOBO et al., 2005). Desta forma,
a dieta é considerada uma grande aliada para a prevenção e controle de
várias doenças (QUEIRÓS et al., 2007).
A
composição química dos alimentos fornece dados sobre a relação entre
alimentos e saúde. Fontes de calorias e nutrientes são dadas de vital
importância, que
podem ser utilizados para recomendações nutricionais e também por
políticas de saúde públicas e epidemiológicas (SCAGLIUSI; JÚNIOR, 2003).
A
ingestão alimentar, um dos componentes do balanço energético, está
intimamente ligada às sensações de fome, saciedade e apetite (BLUNDELL, 1990 e
HETHERINGTON, 2002).
Do
ponto de vista fisiológico, admite-se que a produção de calor nos animais
possa ser dividida em duas categorias: termogênese obrigatória e termogênese facultativa
(BIANCO, 2000).
A
termogênese obrigatória (BMR - basal metabolic rate, taxa de metabolismo basal)
- é a somatória de todo o calor produzido no organismo, estando este
em vigília e repouso, na temperatura ambiente e em jejum de pelo menos
12h. É o resultado da ineficiência intrínseca mitocondrial e do turnover de
ATP, associado em grande parte a: ciclos celulares iônicos e de substratos,
e.g. Na/K,
Ca, ciclos da glicólise, particularmente nos tecidos excitável e renal; ciclos metabólicos,
e.g. ciclo de Cori, lipólise/lipogênese, glicogenólise/glicogênese, particularmente
no fígado e tecido adiposo; contração e relaxamento muscular derivado
do trabalho muscular basal, particularmente os batimentos cardíacos, movimentos
respiratórios, tônus da musculatura estriada e vasomotora, peristaltismo; e
secreção basal de glândulas exócrinas e anexas ao tubo digestivo (BIANCO,
2000).
Vale
ressaltar que o consumo desses alimentos não deve ser feito no período
noturno para não prejudicar o sono. O exagero no consumo desses alimentos pode
levar ao surgimento de sintomas como dor de cabeça, tontura, insônia
e problemas gastrointestinais. Hipertensos e indivíduos com problemas cardíacos
devem ter cuidados aumentados, pois alguns desses alimentos fazem o
coração trabalhar mais rápido. Por causa da influência sobre o metabolismo, os
termogênicos não devem ser ingeridos por quem sofre de problemas na tireóide (BENITES
et al, 2000).
A
termogênese induzida pela dieta é o gasto energético gerado pelos processos
de ingestão, digestão, absorção, utilização e estocagem dos alimentos ingeridos.
Ela representa 5% a 15% do gasto energético total, o que indica seu
importante papel na regulação do balanço energético e do peso corporal (HERMSDORFF,
2003).
O
efeito termogênico dos alimentos varia com a composição da dieta, sendo
maior após o consumo de carboidrato e proteína do que após o de gordura.
A gordura é metabolizada eficientemente com apenas 4% de perda, comparada
a 25% de perda quando o carboidrato é convertido em gordura para armazenamento
(MAHAN et al., 2005).
Quando
os alimentos possuem condimentos, esse efeito é prolongado ainda
mais, fazendo com que mais calorias sejam queimadas. As refeições com adição
de pimenta e mostarda aumentam a taxa metabólica significativamente. O frio
e a cafeína também estimulam o efeito térmico do alimento.Deste modo os principais alimentos com efeitos termogênicos podem ser considerados: pimenta vermelha, mostarda, gengibre, vinagre de maçã, acelga, aspargos, couve, vegetais fibrosos (brócolis, acelga, couve), laranja, kiwi, cafeína, guaraná, guaraná em pó, chá verde, água gelada, linhaça, orduras vegetais, em especial, a de coco, produtos derivados de chocolate e os que contém Ômega-3 (bacalhau, salmão, arenque, sardinha, anchova) e Ácido Linolêico Conjugado (nutriente encontrado na carne bovina, de peru e em alguns laticínios).
CONCLUSÃO
Os
alimentos termogênicos induzem o corpo a gastar certa quantidade de
energia durante o processo digestivo. Quanto mais difícil a digestão, maior
o valor termogênico do alimento e, por conseqüência, maior o gasto de calorias.
Já os alimentos com baixo efeito térmico são consumidos mais rapidamente e
provocam um aumento nos depósitos de gordura.
A
quantidade a ser ingerida depende das características pessoais, identificadas
após uma avaliação nutricional. O consumo em excesso de determinados condimentos
podem causar desconfortos ou até mesmo algumas patologias.
É
importante aliar o consumo dos alimentos termogênicos a um plano alimentar
equilibrado, e a prática frequente de atividades físicas.
SUPLEMENTOS TERMOGÊNICOS VALEM A PENA?
Os termogênicos têm sido buscados
com o objetivo de acelerar a perda de gordura corporal, melhorar o desempenho
ou proporcionar mais disposição para os treinos. Mas será que o uso de
termogênicos é realmente seguro? A termogênese ocorre quando o corpo gera calor
ao realizar suas funções biológicas.
Quando gera mais calor ele está
sendo cada vez menos eficiente termodinamicamente falando; já que “desperdiça”
energia na hora de produzir trabalho (movimento muscular ou reações
bioquímicas, por exemplo). Mas para o emagrecimento ou perda de gordura, este
“desperdício” é vantajoso, pois o organismo não armazena toda a energia
consumida (na forma de gordura).
Alguns suplementos podem
“acelerar” a oxidação (queima) de gordura no corpo por justamente aumentarem
esta ineficiência termodinâmica. Existem basicamente 4 tipos de suplementos termogênicos:
os suplementos estimulantes (que contém cafeína ou extrato de guaraná); os ricos
em gordura (Óleo de Cártamo, Óleo de coco); os ricos em vitaminas, minerais e
fibras; e aqueles à base de medicamentos estimulantes (anfetaminas e análogos à
anfetamina como a efedrina).
Os suplementos estimulantes são
os que trazem maiores resultados, no entanto não são livres de efeitos colaterais
como insônia, taquicardia, angustia, agitação e dependência. Os ricos em
gorduras não apresentam consenso científico com relação à maior oxidação de gordura.
Os ricos em vitaminas, minerais e fibras são equivalentes a alimentos ricos
nestes nutrientes. E os ricos em medicamentos estimulantes não são permitidos,
mas são amplamente encontrados nos suplementos importados que viraram febre no
Brasil! Não deveriam nem ser vendidos como suplementos, justamente por conterem
medicamentos.
Portanto os mais indicados (com
orientação e acompanhamento) são os que contêm cafeína ou extrato de guaraná em
sua composição. Os outros podem ser desperdício de dinheiro ou de saúde, já que
ainda não apresentam um suporte científico consistente ou sabidamente
prejudicam a saúde.
A própria alimentação pode ser
termogênica quando se incluem adequadamente proteínas, gorduras insaturadas
(gorduras do bem), fibras e quando a regularidade e frequência são adequadas.
Portanto A SUA ALIMENTAÇÃO FAZ A DIFERENÇA!
BENITES
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Luís Otávio LOLD
Profissional de Educação Física (Fortaleza-Ce)
Cref-005751-G/CE
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