Segundo o autor Garret e Donald (2003), o Wrestling tem sido considerado um esporte intermediário quanto à demanda de ambos os sistemas energéticos, o aeróbio e o anaeróbio. O sistema fisiológico prioritário exigido é difícil de ser determinado, pois um confronto pode terminar rapidamente (10 segundos) ou demorar (quase 10 minutos), como a disputa entre atletas da categoria adulta e de graduação de faixas pretas de Jiu-Jitsu.
Já em relação à natureza da demanda metabólica de tal atividade, nos momentos de máxima exigência podem ser desenvolvidos à custa do metabolismo anaeróbio (sistema ATP-CP e glicolítico), com pequena contribuição do sistema aeróbio durante os treinos e combate de Judô (DRIGO et al. 1994).
De acordo com alguns estudos realizados por (FRANCHINI et al., 1998; DEL VECCHIO et al., 2007; GARRETT; DONALD, 2003) mostram que o alto nível de lactato encontrado nos indivíduos, com parâmetros sanguíneos entre 9 a 14 mmol/L quatro minutos após uma luta sugere que o carboidrato, provindo do glicogênio muscular, ou da glicose sanguínea, seja um importante substrato atuante.
A capacidade aeróbia limitada do músculo esquelético em atletas da modalidade de Wrestling, como sugerida pela atividade da succinato-desidrogenase em atletas de nível internacional, pode exigir grande contribuição do metabolismo anaeróbio e tolerância ao acúmulo de lactato durante as lutas (GARRETT; DONALD, 2003). Na literatura específica, existe certo consenso quanto ao seguinte fato: o judô possui atividades motoras mantidas, principalmente, pela capacidade anaeróbia lática, devido ao trabalho de alta intensidade, com pausas muito curtas (FRANCHINI et al., 1998; DEL VECCHIO et al., 2007).
As concentrações de lactato sanguíneo são indicadores sistêmicos da atividade glicolítica durante as lutas de Wrestling, Judô e/ou Jiu-Jitsu (atividades de alta intensidade), sendo esses valores modificados em relação ao repouso. Esse aumento evidente de quase 10 vezes os níveis de lactato sanguíneo e um pH sangüíneo alterado abaixo de 7, demonstram um quadro de acidose orgânica. Neste estado, tanto o metabolismo energético como os processos contráteis são afetados em conseqüência da diminuição enzimática (MCARDLE, KATCH; KATCH, 2003; GARRETT; DONALD, 2003).
A idéia de que o sucesso de um lutador possa estar em função de uma maior tolerância ao acúmulo de lactato é sustentada pela observação de que os atletas mais bem-sucedidos e que atingiram marcas significativas em um time olímpico, apresentaram maior resistência dinâmica durante um teste experimental (GARRETT; DONALD, 2003, PLATONOV, 2004).
A contribuição da capacidade de tamponamento da acidez que influencia a fadiga é uma área em que os profissionais devem se focar, pois o acúmulo de íons de hidrogênio a partir da produção de lactato configura um fator fisiológico limitante significativo em esforços sustentados ou repetidos de alta intensidade, como
aqueles realizados durante confrontos de lutas de solo. Tais evidências mostram a citada não-linearidade dos eventos bioquímicos inerentes à obtenção de energia, já que todas as vias foram evidentemente utilizadas para sustentar o esforço decorrente do combate de judô (VERKHOSHANSKI, 2001).
Essa publicação tenta observar se é possível analisar a melhora na capacidade anaeróbia, ao observar as concentrações pico de lactato sanguíneo durante o processo de recuperação passiva dos lutadores de Jiu-Jitsu. Podemos averiguar que existe um grande ganho nas capacidades anaeróbicas e não na parte aeróbica.
Ganho de Força com o Jiu-Jitsu
Inicialmente a força nas suas formas de manifestação, pode ser dividida em três
diferentes tipos, de acordo com a forma de observação: sob o aspecto da parcela de
musculatura envolvida, podemos diferenciar força geral de local (músculos isolados
ou grupos musculares); sob o aspecto de especificidade da modalidade esportiva,
força geral de especial; e, sob o aspecto do tipo de trabalho do músculo e força
dinâmica e estática, ou os aspectos das principais formas de exigências motoras
envolvidas (WEINECK, 2003).
Força Absoluta
Essa força pode ser acessada por níveis altos de adrenalina. Ela pode ser definida como a força máxima voluntária mais a reserva do sistema neuromuscular. Essa força é involuntária e é mobilizada apenas em situações psicológicas extremas (perigo de vida) (WEINECK, 2003; BADILLO; AYESTARÁN, 2001; PLATONOV, 2004).
Força Máxima
Abrange a capacidade máxima de produção de força do sistema neuromuscular pelo desportista durante uma contração muscular voluntária, e está intimamente relacionada com o desempenho das diversas formas de lutas, lembbrando que ela pode cada vez mais ser aumentada (PLATONOV, 2004; WEINECK, 2003).
Força Máxima Isométrica ou Estática
É a contração voluntária máxima contra uma resistência invencível, sem movimento, e é influenciada pelo ângulo no qual se executa a contração (BADILLO; AYESTARÁN, 2001).
Força Excêntrica Máxima
É manifestada quando se opõe à capacidade máxima de contração muscular diante de uma resistência deslocada em sentido oposto ao desejado pelo sujeito (BADILLO; AYESTARÁN, 2001).
Força Dinâmica Máxima
É a força máxima que o sistema neuromuscular pode desenvolver com um
único movimento articular. Pode-se, ainda, considerar a força excêntrica máxima que
se manifesta quando a capacidade máxima de contração muscular se opõe a uma
resistência deslocada em sentido oposto ao desejado. Portanto, depende da
velocidade e da resistência que produz a extensão da musculatura envolvida
(BADILLO; AYESTARÁN, 2001).
Força Dinâmica Máxima Relativa
É a força máxima expressa diante de resistências inferiores que
correspondem à força dinâmica máxima. Equivale ao valor máximo de força que
pode ser aplicado com cada porcentagem dessa força ou da isométrica máxima
(BADILLO; AYESTARÁN, 2001).
Força Rápida
A força rápida pode ser definida como a capacidade do sistema
neuromuscular de movimentar o corpo ou parte dele (braços, pernas) ou ainda
objetos com uma velocidade máxima (WEINECK, 2003).
Força Explosiva
É a capacidade de o sistema neuromuscular mobilizar o potencial funcional
com finalidade de alcançar altos níveis de força no menor tempo possível. Também
conhecida como força-velocidade, é considerada fator preponderante para o
desempenho excelente nos desportos como nas lutas de boxe, de projeção e no
solo (PLATONOV, 2004).
A força explosiva é uma relação entre força expressa e o tempo necessário
para tal. Portanto, a força explosiva máxima pode ser definida como a melhor
relação aplicada e o tempo empregado na manifestação da força máxima contra
qualquer resistência. Essa força é expressa pela zona de maior ascendência de uma
curva força – tempo (F-t) (BADILLO; AYESTARÁN, 2001).
A potência muscular é um tipo de força que pode ser explicada pela
capacidade de exercer o máximo de energia num ato explosivo. É a aplicação
funcional da força e da velocidade. (WILMORE; COSTILL, 2001).
Força de Resistência
Pode ser definida como a capacidade do sistema neuromuscular sustentar
altos níveis de força por longos intervalos (GUEDES, 1997, PLATONOV, 2004). A
força de resistência se divide em força de resistência geral e força de resistência
local.
A força de resistência também pode ser denominada de endurance muscular
(FLECK; KRAEMER, 2002), ou resistência muscular localizada (RML) (BARBANTI,
1993). A resistência de força apresenta a capacidade de resistência à fadiga da
musculatura em desempenhos de força de longa duração ou em ações musculares
repetidas (WEINECK, 2000; WILMORE; COSTILL, 2001).
Alem de ganho de força não podemos esquecer na lateralida, coordenação motora, agilidade, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, redução do percentual de gordura, regulação do colesterol, reduz a probabilidade de doenças cardíacas e outras como diabetes e inúmeros outros ganhos. Fica a dica para uma pratica esportiva saudável e que lhe proporcionará muitos ganhos.
Bibliografia
FRANCHINI, E; TAKITO, M. Y. NAKAMURA, F. Y.; MATSUSHIGUE, K. A.; KISS, M. A. P. D. M. Effects of recovery type after a match on blood lactate removal and on performance in an intermittent anaerobic task in judo players. Annals of the First IJF Judo Conference. Birmingham, 1999;
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PLATONOV, V. N. Teoria geral do treinamento desportivo olímpico. Porto Alegre: Artmed, 2004.
DEL VECCHIO, F. B.; BIANCHI, S.; HIRATA, S. M.; MIKAHIL, M. P. T. C. Análise morfo-funcional de praticantes de brazilian jiu-jitsu e estudos da temporalidade e da quantificação das ações motoras na modalidade. Rev. Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal, São Paulo, v. 7, nº. 10, jan/jun.2007, p: 263-281.
WEINECK, J. Treinamento ideal. Instruções técnicas sobre o desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9º
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ROBERGS, R. A; ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para aptidão, desempenho e saúde. São Paulo, Phorte Editora, 2002.
WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. 2nd ed. São Paulo: Manole, 2001.
GARRETT, W. E; DONALD, T. K. Jr. A ciência do exercício e dos esportes. Porto Alegre. Ed: Artmed, p. 876-885, 2003.
FRANCHINI, E. Judô Dsempenho Competitivo. 1º ed.. São Paulo: Manole, 2001
BOMPA, TUDOR O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4.ed. São Paulo: Editora Phorte, 2002.
POWERS, S.; HOWLEY. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 1ª ed. São Paulo: Editora Manole, 2000.
Luís Otávio LOLD
Profissional de Educação Física (Fortaleza-Ce)
Cref-005751-G/CE
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